A dor é um importante sinal de alerta de que algo no organismo não está
bem e pode comprometer a integridade física ou funcional da pessoa.
Apesar de incômoda, ela é necessária para nos proteger contra agentes
agressores.
Cada indivíduo nasce com mais ou menos sensibilidade. Por isso, o jeito
de sentir dor e a tolerância a ela são genéticos. E é difícil
quantificar essa percepção, que também inclui características culturais,
ambientais, sociais, etárias e de gênero.
Quando sentimos dor, as fibras musculares do local vibram e se
expandem, o que nos leva a pôr a mão para segurar essa reverberação e
"conter" as fibras, aliviando assim o desconforto.
Transtornos emocionais como ansiedade e depressão podem ampliar a dor.
Cerca de 20% de todas as pessoas que procuram tratamento médico não têm
nenhuma doença. A dor, nesse caso, é psicossomática, ligada a distúrbios
psicológicos, à tensão ou ao excesso de trabalho.
Também há o lado inverso, em que 90% dos portadores de dores crônicas acabam desenvolvendo algum problema psíquico.
Quando é crônica, a dor exige cuidados constantes e, em geral, deriva
de vários fatores. É motivo de mais de 80% das consultas médicas no
mundo e uma das principais causas de falta ao trabalho no Brasil.
Já quem não sente dor nenhuma sofre de um problema chamado analgesia
congênita da dor, em que o paciente apresenta um defeito na
interpretação desse fenômeno.
É importante buscar ajuda médica se a dor constante durar mais de três
meses e/ou atrapalhar sua qualidade de vida. Muitas pessoas não
acreditam que esse sintoma é real e não procuram orientação nem
tratamento. Além disso, meditação, terapia e controle do estresse são
bons aliados.
Com a evolução dos tratamentos, alguns hospitais já usam uma escala
para identificar o nível de dor do individuo, antes e depois de aplicar a
terapia, e assim verificar uma possível evolução.
Por meio de uma fita ou faixa de papel com vários tons de uma mesma
cor, partindo de uma sequência da mais clara para a mais escura, o
paciente aponta qual a cor representa o seu nível de dor. Essa mesma
escala pode ser utilizada com números, que vão de zero a dez, ou por
meio da ilustração de carinhas (do sorriso à careta). Esta última é uma
alternativa muito aplicada com as crianças.
A terapia da dor chegou ao Brasil há mais de 25 anos. O conceito de ela
ser parceira inseparável da doença deixou de ser aceito e, hoje, há
controle para os mais diversos tipos, desde a enxaqueca (que atinge 20%
da população mundial) até as formas crônicas, que podem ser originárias
de problemas mais sérios, como o câncer.
Fibromialgia
É uma síndrome, sem explicação definitiva, em que a pessoa sente uma dor generalizada. As teorias mais atuais dizem que a doença é uma espécie de falha no caminho de volta do sistema que inibe a dor.
Esse sofrimento constante e geral pode ter origem reumatológica,
fisiológica ou neurológica. De 2% a 5% das mulheres de todo o mundo são
diagnosticadas com fibromialgia, um problema que atinge dez mulheres
para cada homem.
Neuralgia do trigêmeo
É uma dor crônica e está entre as mais graves e insuportáveis que existem (como se fosse um choque, uma fisgada ou uma agulhada). Entre 3 e 5 a cada 100 mil pessoas sofrem por ano com o problema, que afeta mais os indivíduos acima dos 60 anos.
A dor nesse nervo surge repentinamente e dura alguns segundos, mas tem o
poder de desestabilizar a pessoa, por conta da intensidade. É
frequentemente desencadeada por estímulos sensoriais específicos, como
mastigação, escovação, fala ou um simples toque na pele.
O ser humano tem 12 pares de nervos cranianos (responsáveis por
transmitir sinais sensoriais, como a visão e o olfato). Um desses pares é
o trigêmeo, que pega a região das pálpebras, a lateral do nariz, as
bochechas, o maxilar e a mandíbula. A dor pode ocorrer em qualquer um
desses locais ou em mais de um ao mesmo tempo.
A causa da neuralgia do trigêmeo ainda é controversa. Uma das maiores
possibilidades é um contato muito próximo entre um vaso arterial e o
lugar onde o nervo nasce, que desgastaria a membrana do nervo e levaria à
dor. Apenas 5% de todos os casos são provocados por tumores ou
malformações.
Existe operação para aliviar a neuralgia. Em 70% dos casos, a cirurgia ajuda muito.
Nervo ciático
É uma dor que sai da coluna lombar em direção às pernas. As causas podem ser traumáticas, inflamatórias e até tumorais. Por isso, é importante procurar um ortopedista ou um neurocirurgião.
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/10/quem-sente-dor-deve-investigar-causas-e-nao-apenas-tratar-sintomas.html
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