sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Programa Controle do Tabagismo


Programa Controle do Tabagismo

             O Programa controle do tabagismo iniciou neste CAPS II no dia 22 de outubro de 2008 com objetivo de eliminar ou reduzir o maior número possível de pessoas dependentes à nicotina.
               Os encontros ocorrem na própria Unidade as quartas-feiras no período vespertino no horário das 15:00 horas. Os pacientes interessados devem procurar a Assistente Social Sandra Rosa Dantas ou o Psicólogo responsável pelo programa André Senna.
             Os candidatos à parada ao fumo devem realizar uma avaliação inicial com os profissionais acima citados para então, iniciarem o grupo de apoio que acontece em quatro sessões semanais sistematizadas.
                 O Programa oferece apoio Psiquiátrico e medicamentoso. É necessário a freqüência nas sessões de grupo.

                Pare de fumar, respire vida!


André Luiz de Senna Silva
Psicólogo
CRP-14/01650-3

A Psicologia da Boa Alimentação


A Psicologia da Boa Alimentação

                O assunto sobre emagrecimento, ter hábitos alimentares saudáveis, lutar contra a compulsão alimentar e outras questões relacionadas à nutrição, para algumas pessoas, é sinônimo de angústia, frustração e sentimento de impotência.
                 A necessidade de uma reeducação alimentar pode trazer dificuldades no dia a dia, como: iniciar uma dieta hipocalórica e não conseguir mantê-la, não resistir ao consumo de doces, frituras e pratos hipercalóricos e o resultado final é a ruptura da proposta de emagrecimento e o aumento de peso indesejado.
                Mas por que para alguns é difícil e sofrido reduzir o peso? Quais os fatores que contribuem para a compulsão alimentar? Por que uns conseguem fazer dieta e outros não?
                É evidente que o perfil da vida moderna é, na maioria das vezes, o responsável por grande parte do quadro de obesidade. A correria do dia a dia proporciona o acúmulo de tensão psicossomática. A sobre carga da jornada de trabalho, a competitividade no mercado de trabalho, os efeitos da globalização e outros fatores da nossa atualidade direcionam e estipulam hábitos alimentares irregulares e pouco saudáveis. O exemplo disso é o grande número de restaurantes Fast Food.
                O fator biogenético também influencia na dificuldade da perda de peso. A questão metabólica é um agente de grande importância que aliada a uma vida sedentária pode trazer prejuízos imensuráveis. Por outro lado, a atividade física, acompanhada pelo Educador físico, é uma ferramenta incondicional para o bom funcionamento biológico e psíquico, porém, ainda pouco cultivada na rotina da maioria da população.
                Mas os aspectos Psicológicos contribuem substancialmente no entendimento e na clareza dessas interrogações. Tal aspecto revela que existem pessoas que apresentam dificuldade de lidar com situações de estresse e ou tensões de ordem psicoafetivas.  Geralmente são indivíduos com características ansiogênicas, ou seja, vivenciam as situações diárias de forma ansiosa.
                A ansiedade capaz de causar prejuízo ao ser humano pode ser expressa de duas maneiras: exteriorizando-a, ou seja, o conteúdo ansioso é apresentado através de sintomas Psicossomáticos como sudorese, palpitação cardíaca, expressão corporal agitada, insônia e alteração do humor (geralmente agressivo e ou irritável). Outra maneira é não apresentar nenhum tipo de expressão comportamental. São indivíduos que vivenciam a ansiedade internamente e não conseguem expressá-la através do corpo (Psicossoma).            
                O problema da dificuldade de controlar a comida está quando se utiliza de mecanismos defensivos (grande parte inconscientes) como forma de evitar a presença angustiante dos sintomas gerados pela ansiedade. Tais mecanismos geralmente são repetidos com muita freqüência e intensidade.
                A boca é uma região de gratificação prazerosa desde o nascimento (leite materno). Instalando o quadro ansioso, torna-se comum o mecanismo de deslocamento. A tensão psíquica causada pela ansiedade situacional é deslocada para regiões do corpo chamadas de erógenas e que objetivam o alívio e a sensação de prazer. Dessa forma, a comida torna-se objeto de realização oral e redução das tensões psíquicas. Esse mecanismo é uma forma de evitar temporariamente o sentimento de desprazer e buscar gratificação (outro mecanismo de defesa) através da oralidade. A ansiedade pode gerar tanta angústia para o sujeito que este acaba “deslocando” para o ato de comer o alívio e a auto-satisfação.
                Outro mecanismo é chamado de introjeção. É tentar preencher o vazio emocional chamado popularmente de “carência afetiva” absorvendo conteúdos da realidade. Esse mecanismo pode ser definido como sendo o processo de interiorização dos conteúdos externos para o universo emocional. É realizado pelo processo simbólico Isso explica porque certas pessoas relatam maior preferência por doces ou salgados. Na realidade o alimento escolhido passa ter um significado simbólico na vida do sujeito e ingeri-lo tem um sentido de “preenchimento” do vazio interno.        
                É claro que a origem de tudo está na forma como a pessoa lida com a ansiedade. O fato de gostar de uma boa torta de chocolate não significa necessariamente carência afetiva ou instabilidade emocional. Tudo depende de como a pessoa vivencia sua relação com a comida e sua afetividade. É preciso acima de tudo, ponderar a experiência de vida de cada um e a forma de se lidar com o real.
                A avaliação nem sempre é fácil de ser realizada. Alguns casos devem ser acompanhados por profissionais como Nutricionista, Psicólogo e até mesmo auxílio Psiquiátrico e Endocrinológico. O hábito alimentar deve necessariamente causar prejuízo biológico, psicológico e social para ser diagnosticado como patológico.
                 Finalmente, comer também é uma questão psicológica.


André Luiz de Senna Silva
Psicólogo Clínico e Psicopedagogo.
CRP 14/01650-3