Dez milhões de brasileiros, ou 5% da população, sofrem de incontinência
urinária, quando aquela vontade incontrolável de fazer xixi
literalmente não consegue ser controlada.
Mulheres, crianças e idosos sofrem mais com o problema, que pode ser
prevenido e tratado com exercícios ou cirurgia, nos casos mais graves.
A bexiga é um órgão elástico, que pode ser enchido e esvaziado. Na
maioria das pessoas, há um completo controle sobre esse armazenamento e
esvaziamento, o que não ocorre na incontinência.
Perder xixi não é normal. Se isso começar a acontecer com frequência,
procure um médico. Por falta de informação ou até por vergonha, muitos
indivíduos partem direto para o uso de fraldas ou absorventes. Este
problema destrói a qualidade de vida e pode ser resolvido, às vezes sem
intervenção cirúrgica.
O assoalho pélvico é um grupo de músculos de controle voluntário que se
localiza na porção inferior da bacia, especificamente entre as coxas.
Essa rede muscular começa no osso púbico (região baixa do abdômen),
passa pelas paredes laterais dos ossos da bacia e se dirige para o
cóccix (osso no início da fenda que separa as nádegas).
A função da pelve é sustentar os órgãos internos e proporcionar o
correto funcionamento da uretra e do reto. Ela age como válvulas de
fechamento, conhecidas como esfíncteres, e também circunda a vagina.
Quando esses músculos ficam frouxos ou pouco fortalecidos, podem
acontecer vazamentos involuntários da bexiga ou do reto. Por isso,
exercícios para fortalecer o assoalho pélvico devem ser feitos todos os
dias.
Esses movimentos também podem ser realizados por gestantes e são ótimos
para quem está se preparando para engravidar. Além disso, é importante
fazer atividade física e controlar o ganho de peso sempre, inclusive na
gestação. Nos últimos meses, a mulher produz mais urina, a bexiga enche
mais rápido e a pressão abdominal é maior por conta do bebê.
Entre os exercícios recomendados, estão contrações para fazer deitado
no chão, contrações deitado no chão e com o quadril levantado,
agachamento com cabo de vassoura ou rodo, e sentar-se em uma cadeira com
bola, almofada ou travesseiro dobrado.
Capacidade da bexiga
Quando temos a primeira de vontade de fazer xixi, a bexiga está com cerca de 150 ml. Quando essa sensação aperta, chega entre 250 e 300 ml.
A quantidade máxima que a bexiga consegue segurar é de 400 ml até 500
ml. Essa já é uma manifestação muito forte. Idosos e adultos não têm
diferença na capacidade de armazenamento, o que muda é a força para
segurar a vontade.
Xixi na cama
O principal motivo da chamada enurese nas crianças é um atraso no amadurecimento no centro do cérebro que controla a micção. Esse é geralmente um componente hereditário. Se ambos os pais tiveram o problema na infância, a probabilidade de a criança apresentá-lo é de 77%. Já se nenhum dos pais tem antecedentes, a chance cai para 15%.
Eventos causadores de tensão psicológica também são importantes,
particularmente quando ocorrem entre os 2 e 4 anos de idade. Meninos, em
geral, sofrem mais que as meninas – para cada 3 meninos, são 2 meninas.
Aos 5 anos de idade, 15% das crianças fazem xixi na cama. Aos 15 anos,
esse índice baixa para 1%. O melhor a fazer é não repreender, mas
explicar que isso é um problema temporário e que você sabe que não foi
de propósito. Outra sugestão é pedir que a criança ajude os pais a
trocar a roupa de cama.
Para evitar o xixi de madrugada, é bom restringir a ingestão de
líquidos à noite, levar a criança para urinar antes de dormir e até
acordá-la no meio da noite para ir ao banheiro.
Segundo o urologista Fernando Almeida, até os 2 anos de idade a criança
deve sair da fralda durante o dia, e até os 5 anos deixar a fralda à
noite.
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/11/incontinencia-urinaria-atinge-dez-milhoes-no-brasil-maioria-mulheres.html